Mais uma agressão contra o Islã
Pode ser coincidência, mas também pode ser um ato bem planejado, a divulgação no “Youtube” de uma produção midiática de péssima qualidade técnica e de conteúdo, visando difamar a religião islâmica. Aparece esta fita na internet no dia 12 de setembro, provocando imediatamente reações de repúdio das comunidades muçulmanas em vários países. Na Líbia, onde o povo foi treinado e estimulado pela OTAN para, facilmente, matar e continuar numa guerra civil até hoje, a revolta à fita foi violenta, culminando com ataque contra a embaixada dos EUA e, lamentavelmente, com a morte do embaixador norte-americano naquele país.
Teria a divulgação dessa fita alguma relação com a data de 11 de setembro, objetivando manter, entre os norte-americanos, o arquitetado ódio contra os muçulmanos? Lembramos que essa foi a campanha republicana, iniciada por George W. Bush em 2001, para se reeleger e conseguir o seu segundo mandato. Ou seria coincidência este acontecimento, justo nesta fase mais efervescente da atual campanha eleitoral para a presidência nos EUA? Seria o desespero dos mesmos republicanos, nestes dias, e o interesse em impedir a reeleição de Barack Obama e eleger o candidato republicano? Observamos que precisou de apenas quatro dias, após a divulgação da fita e a reação violenta na Líbia, para que Obama perdesse quatro pontos na pesquisa de opinião nesta campanha eleitoral.
Não vem ao caso de apresentar, neste artigo, uma investigação policial para saber quem produziu tal fita, muito menos por qual motivo exatamente. Porém, é inegável reconhecer que foi um dos golpes mais baixos no campo político e geopolítico. É uma prática extremamente antiética agredir a segunda maior comunidade religiosa no Planeta naquilo que é mais sagrado na sua existência, a sua crença. Os produtores dessa fita, sem perceber, acabaram por revelar a sua total ignorância sobre a fé islâmica. E, ainda colocaram-se numa situação ridícula, diante de todas as instituições e dos líderes espirituais das demais religiões existentes no mundo, os quais conhecem bem a crença dos muçulmanos. E, pior, em vez de ganhar adeptos, receberam repúdios de todos os setores civis e sociedades que têm contato com a segunda maior religião abrahâmica, com mais de 1,3 bilhão de adeptos hoje.
Os muçulmanos não devem mais se preocupar com este tipo de atitude de mediocridade, de desonestidade e de falta de ética. Eles devem se manter numa posição moderada e equilibrada, inclusive seguindo o que consta no Alcorão sagrado, na sua Surata 02, versículo 143: “E, assim, fizemos de vós uma comunidade moderada, para que sejais testemunhas dos homens e para que o Mensageiro seja testemunha de vós”. O fato é que a humanidade está vivendo e vivenciando um período crítico, repleto de crises, violências e intrigas, nos quais os muçulmanos estão sendo, freqüentemente, atacados e agredidos, desde militarmente até pela grande mídia.
O que os muçulmanos devem fazer? Qual seria a reação correta diante destas agressões e violências? Seria correto responder com a mesma moeda? Com a mesma agressão? Com a mesma violência? O que a crença islâmica ensina para este tipo de situação?
O Islã, além da moderação e equilíbrio, ensina a misericórdia. Deus Disse ao Profeta Muhammad: “Nós não te enviamos a não ser como misericórdia para o mundo inteiro”. A fé islâmica ensina e exige justiça na relação entre indivíduos e comunidades. Na Surata 4, versículo 58, podemos ler: “Por certo, Deus vos ordena que restituais os depósitos a seus donos. E, quando julgardes entre as pessoas, que julgueis com justiça. Por certo, quão excelente é isso, a que Deus vos exorta! Por certo, Deus é Oniouvinte, Onividente”.
Também, o Islã é a crença do perdão, pois na Surata 24, versículo 22 consta: “E que os dotados, dentre vós, do favor e da prosperidade, não prestem juramento de nada conceder aos parentes e aos necessitados e aos emigrantes no caminho de Deus. E que eles os indultem e os tolerem. Não gostariam que Deus vos perdoasse? E Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Sendo assim, a resposta dos muçulmanos contra o agressor, obrigatoriamente, deve ter como base duas considerações de suma importância:
A primeira é a necessidade de informar corretamente os não muçulmanos e convencê-los da verdade sobre a sua crença. De informá-los sobre o que é o Islã e qual é a sua relação e interação com todas as demais religiões, em especial o Cristianismo e o Judaísmo, os quais formam uma base sólida da fé islâmica. Grandes capítulos no Alcorão foram dedicados à Virgem Maria, José, Abrahão, Noé e outros, além de centenas de versículos, tratando de Moisés, do povo israelita e de Jesus.
A segunda consideração, como base para os muçulmanos responderem ao agressor, é o trabalho preventivo. Os agressores estão aproveitando da frágil situação dos povos muçulmanos, da sua desunião e fragmentação, dos atritos e conflitos entre as divisões, as quais foram criadas pelos diferentes impérios que dominavam e, continuam dominando, o mundo árabe até hoje. Esses povos devem aproveitar do momento dos atuais levantes populares no mundo árabe, e começar a organizar as suas sociedades, desenvolver os seus países, educar os seus filhos e jovens, formar cidadãos e cidadãs, capazes de contribuir na construção de um mundo melhor, mais justo e mais ético. Aí sim, sociedades fortes e justas serão, preventivamente, protegidas de agressores e de manipuladores da opinião pública.
Acredito, como muçulmano, que exatamente esse seria o perfil de uma sociedade que a fé islâmica espera dos seus crentes: uma sociedade forte, desenvolvida, justa, capaz de contribuir para tirar a humanidade desse mar perturbado com as suas injustiças e imoralidades e, levá-la a uma terra mais segura, mais solidária, mais justa e mais fraterna.
Responder com violência, com ignorância, aumentando mais o caos, é exatamente isso que o agressor espera dos muçulmanos. Agredir para que os muçulmanos caiam na armadilha, respondendo com a mesma violência. É isso que os muçulmanos não devem cometer.
Finalmente, o ditado árabe disse: Hoje a notícia é caríssima; amanhã será de graça. Isto é: chegará o dia no qual o mundo saberá quem é o responsável por esta infeliz atitude e qual é o seu motivo.
Teria a divulgação dessa fita alguma relação com a data de 11 de setembro, objetivando manter, entre os norte-americanos, o arquitetado ódio contra os muçulmanos? Lembramos que essa foi a campanha republicana, iniciada por George W. Bush em 2001, para se reeleger e conseguir o seu segundo mandato. Ou seria coincidência este acontecimento, justo nesta fase mais efervescente da atual campanha eleitoral para a presidência nos EUA? Seria o desespero dos mesmos republicanos, nestes dias, e o interesse em impedir a reeleição de Barack Obama e eleger o candidato republicano? Observamos que precisou de apenas quatro dias, após a divulgação da fita e a reação violenta na Líbia, para que Obama perdesse quatro pontos na pesquisa de opinião nesta campanha eleitoral.
Não vem ao caso de apresentar, neste artigo, uma investigação policial para saber quem produziu tal fita, muito menos por qual motivo exatamente. Porém, é inegável reconhecer que foi um dos golpes mais baixos no campo político e geopolítico. É uma prática extremamente antiética agredir a segunda maior comunidade religiosa no Planeta naquilo que é mais sagrado na sua existência, a sua crença. Os produtores dessa fita, sem perceber, acabaram por revelar a sua total ignorância sobre a fé islâmica. E, ainda colocaram-se numa situação ridícula, diante de todas as instituições e dos líderes espirituais das demais religiões existentes no mundo, os quais conhecem bem a crença dos muçulmanos. E, pior, em vez de ganhar adeptos, receberam repúdios de todos os setores civis e sociedades que têm contato com a segunda maior religião abrahâmica, com mais de 1,3 bilhão de adeptos hoje.
Os muçulmanos não devem mais se preocupar com este tipo de atitude de mediocridade, de desonestidade e de falta de ética. Eles devem se manter numa posição moderada e equilibrada, inclusive seguindo o que consta no Alcorão sagrado, na sua Surata 02, versículo 143: “E, assim, fizemos de vós uma comunidade moderada, para que sejais testemunhas dos homens e para que o Mensageiro seja testemunha de vós”. O fato é que a humanidade está vivendo e vivenciando um período crítico, repleto de crises, violências e intrigas, nos quais os muçulmanos estão sendo, freqüentemente, atacados e agredidos, desde militarmente até pela grande mídia.
O que os muçulmanos devem fazer? Qual seria a reação correta diante destas agressões e violências? Seria correto responder com a mesma moeda? Com a mesma agressão? Com a mesma violência? O que a crença islâmica ensina para este tipo de situação?
O Islã, além da moderação e equilíbrio, ensina a misericórdia. Deus Disse ao Profeta Muhammad: “Nós não te enviamos a não ser como misericórdia para o mundo inteiro”. A fé islâmica ensina e exige justiça na relação entre indivíduos e comunidades. Na Surata 4, versículo 58, podemos ler: “Por certo, Deus vos ordena que restituais os depósitos a seus donos. E, quando julgardes entre as pessoas, que julgueis com justiça. Por certo, quão excelente é isso, a que Deus vos exorta! Por certo, Deus é Oniouvinte, Onividente”.
Também, o Islã é a crença do perdão, pois na Surata 24, versículo 22 consta: “E que os dotados, dentre vós, do favor e da prosperidade, não prestem juramento de nada conceder aos parentes e aos necessitados e aos emigrantes no caminho de Deus. E que eles os indultem e os tolerem. Não gostariam que Deus vos perdoasse? E Deus é Perdoador, Misericordioso”.
Sendo assim, a resposta dos muçulmanos contra o agressor, obrigatoriamente, deve ter como base duas considerações de suma importância:
A primeira é a necessidade de informar corretamente os não muçulmanos e convencê-los da verdade sobre a sua crença. De informá-los sobre o que é o Islã e qual é a sua relação e interação com todas as demais religiões, em especial o Cristianismo e o Judaísmo, os quais formam uma base sólida da fé islâmica. Grandes capítulos no Alcorão foram dedicados à Virgem Maria, José, Abrahão, Noé e outros, além de centenas de versículos, tratando de Moisés, do povo israelita e de Jesus.
A segunda consideração, como base para os muçulmanos responderem ao agressor, é o trabalho preventivo. Os agressores estão aproveitando da frágil situação dos povos muçulmanos, da sua desunião e fragmentação, dos atritos e conflitos entre as divisões, as quais foram criadas pelos diferentes impérios que dominavam e, continuam dominando, o mundo árabe até hoje. Esses povos devem aproveitar do momento dos atuais levantes populares no mundo árabe, e começar a organizar as suas sociedades, desenvolver os seus países, educar os seus filhos e jovens, formar cidadãos e cidadãs, capazes de contribuir na construção de um mundo melhor, mais justo e mais ético. Aí sim, sociedades fortes e justas serão, preventivamente, protegidas de agressores e de manipuladores da opinião pública.
Acredito, como muçulmano, que exatamente esse seria o perfil de uma sociedade que a fé islâmica espera dos seus crentes: uma sociedade forte, desenvolvida, justa, capaz de contribuir para tirar a humanidade desse mar perturbado com as suas injustiças e imoralidades e, levá-la a uma terra mais segura, mais solidária, mais justa e mais fraterna.
Responder com violência, com ignorância, aumentando mais o caos, é exatamente isso que o agressor espera dos muçulmanos. Agredir para que os muçulmanos caiam na armadilha, respondendo com a mesma violência. É isso que os muçulmanos não devem cometer.
Finalmente, o ditado árabe disse: Hoje a notícia é caríssima; amanhã será de graça. Isto é: chegará o dia no qual o mundo saberá quem é o responsável por esta infeliz atitude e qual é o seu motivo.
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