Ato de repúdio ao ataque à ajuda humanitária e Dia de Ação Global de BDS de emergência - São Paulo (SP)

Qua, 02/06/2010 - 14:48
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No dia 4 junho, sexta-feira, ocorre na capital paulista um ato de repúdio ao ataque israelense à ajuda humanitária que seguia para Gaza na última segunda-feira. A concentração será no MASP (Av. Paulista), às 15h. O protesto está sendo organizado pela Frente em Defesa do Povo Palestino, movimentos sociais, forças políticas progressistas e membros das comunidades árabe e muçulmana.

Já para sábado, 5 de junho (data do 43° aniversário da ocupação israelense de Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental), o Comitê Nacional Palestino para o BDS - Boicote, Desinvestimento e Sanções faz um chamado de mobilização para um  Dia de Ação Global de BDS. O objetivo é pressionar os governos para que comecem a implementar sanções comerciais a Israel e embargos às armas produzidas pelo país .

O movimento apela especificamente às transportadoras e trabalhadores portuários, e aos sindicatos de todo o mundo para:

Que se recusem a carregar/descarregar barcos e aviões israelenses seguindo o histórico exemplo dado pelo Sindicato de Trabalhadores do Transporte e Afins da África do Sul (SATAWU) em Durban em fevereiro de 2009 e apoiado pelo Sindicato Marítimo da Austrália (Austrália Ocidental).

A Flotilha, que foi atacada em águas internacionais em violação do direito internacional, transportava suprimentos de ajuda que Israel tem impedido sistematicamente de entrar em Gaza, incluindo suprimentos médicos, cimento e alimentos. Considera-se que o assédio de Israel é uma forma de castigo coletivo, um crime de guerra segundo o Artigo 33 da Convenção de Genebra. Todos os trabalhadores e ativistas de ajuda a bordo dos barcos da Flotilha a Gaza estavam desarmados. Em termos legais, o ataque militar de Israel contra a Flotilha é um ato de agressão contra os países cujas bandeiras flamulavam nestes barcos; politicamente, é um ataque contra a decência humana e contra todas as pessoas de consciência de todo o mundo que apóiam a liberdade e a justiça.

A impunidade de Israel é o resultado direto do fracasso da comunidade internacional em responsabilizá-lo pela contínua ocupação, colonização e apartheid do povo palestino. Nem os mais recentes crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza, documentados no Informe Goldstone, nem os crimes cometidos em 2006 contra o povo libanês desencadearam sanção oficial alguma, nem das Nações Unidas, o que afiançou o sentimento por parte de Israel de estar acima da lei. De fato, a grave violação do direito internacional por parte de Israel foi recentemente premiada quando a OCDE votou unanimemente aceitá-la como membro. O BNC urge à sociedade civil internacional que acabe com esta profunda e fatal cumplicidade.

O movimento também saúda e ratifica o chamado do expert das Nações Unidas em direitos Humanos, professor Richard Falk, o qual afirmou: “É momento de insistir no fim do bloqueio à Gaza. A campanha mundial de boicote, desinvestimento e sanções a Israel é agora um imperativo moral e político, e deve ser apoiado e fortalecido em todas as partes”

Como era de se esperar, o Conselho de Segurança da ONU não responsabilizou Israel por seu ataque contra a Flotilha da Liberdade de Gaza. O movimento apela à Assembléia Geral da ONU, à União Européia, à Liga Árabe e a seus membros para que empreendam medidas práticas que acabem com a impunidade de Israel por sua generalizada e sistemática violação do direito internacional, incluindo:

• Colocar um fim imediatamente a todo conluio com o bloqueio ilegal por parte de Israel à faixa de Gaza e pressionar Israel para que garanta o acesso humanitário sem restrições e a liberdade de movimentos de pessoas e de produtos para e desde a faixa de Gaza;
 
• Levar ante a justiça todos os oficiais israelenses e todo o pessoal militar que tomou a decisão e/ou implementou tanto este último massacre como os anteriores crimes de guerra;
 
• Pressionar seus governos para que suspendam imediatamente o comércio de armas com Israel, e para que implementem sanções comerciais e embargos de armas contra Israel.
 
• Em particular, apelamos à União Européia (UE) que suspenda o Acordo de Associação UE–Israel, ao Mercosul que suspenda o Tratado de Livre Comércio, a Índia que revogue a decisão de celebrar negociações em torno a um Tratado de Livre Comércio Índia-Israel e que ponha fim ao comércio de armas com Israel, e a Turquia que imponha um embargo de armas a Israel.

O movimento apela também às pessoas de conciência e aos cidadãos de todo o mundo a intensificar as campanhas de BDS contra Israel como a maneira mais eficaz de torná-la responsável perante o direito internacional e de acabar com sua impunidade fatal.

Para idéias de ações e atualizações, ver: http://bdsdayofaction.net/

Para mais informação e coordenação de ações, favor contactar:

Ziyaad Lunat (Europa)     ziyaad@bdsmovement.net
Michael Deas (Europa)   bnc.europe@bdsmovement.net
+4412465822

Notas:

Ver a declaração completa do profesor Richard Falk:
http://www.badil.org/en/press-releases/135-2010/2257-press-en-19
SC/9940 of 31 May 2010, UN Security Council, Presidential Statement S/PRST/2010/9

 

Petição

Abaixo segue a petição para a investigação imediata dos ataques à frota internacional de ajuda ao povo palestino e suspensão imediata do bloqueio à Gaza.

Assinem no link: http://www.avaaz.org/en/gaza_flotilla/98.php?cl_taf_sign=60i7EklV