Arte do egípcio Youssef Limoud estará no Rio

Qua, 20/12/2017 - 20:17

Artista que vive entre o Cairo e Basileia será um dos 20 expositores na mostra Ex Africa, de arte africana contemporânea. Instalação de Limoud poderá ser vista no Centro Cultural Banco do Brasil a partir de 20 de janeiro.

O artista egípcio Youseef Limoud, ganhador do Grande Prêmio da Bienal de Dakar no ano passado, terá seu trabalho exposto na mostra Ex Africa, que ocorre a partir de 20 de janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. A exposição apresenta a arte africana contemporânea por meio de 80 obras de 20 artistas, provenientes de oito países. Eles foram selecionados pelo curador alemão Alfons Hug.

Limoud terá na mostra uma instalação que fez a partir de achados e pedaços de escombros de cidades brasileiras com a intenção de simular a devastação das metrópoles africanas e sul-americanas. “É uma arquitetura do impossível, entre ordem e caos, estrutura e ruína”, explicou o curador à ANBA, em entrevista por e-mail.

Alfons Hug conheceu a obra de Youssef Limoud na Bienal de Dakar. O artista vive entre Basileia, na Suíça, e o Cairo, no Egito. O egípcio também é escritor e seus temas são artes, poesia e história. Graduado pelo College of Fine Arts, do Cairo, Limoud tem seus trabalhos expostos tanto em mostras no seu país como no exterior.

O egípcio vai participar de uma mesa redonda sobre a produção artística e os caminhos entre Brasil e África no dia 22 de janeiro, no CCBB, na qual haverá mediação de Hug e participação do artista brasileiro Arjan Martins. Limoud vai falar sobre a sua obra no Brasil e no mundo.

De acordo com informações do Centro Cultural Banco do Brasil, a Ex Africa será a maior exposição de arte contemporânea africana já realizada no País. A exposição tem 18 artistas africanos e dois afro-brasileiros, Arjan Martins e Dalton Paula. O critério da escolha foi a qualidade da obra e a relevância do artista no discurso contemporâneo, segundo Hug.

Os africanos são Leonce Raphale Agbodjelou, do Benin, Kudzanai Ciurai, do Zimbábue, Ndidi Dike, Jelili Atiku, J.D.’Okhai Ojeikere, Karo Akpokiere, Abdulrazaq Awofeso e Adé Bantu, da Nigéria, Ibrahim Mahama, de Gana, Omar Victor Diop, do Senegal, Nástio Mosquito Kiluanji, Binelde Hurcan e Kia Henda, de Angola, Andrew Tshabangu, Mikhael Subotzky, Guy Tillim e Mohau Modisakeng, da África do Sul, além de Limoud.

A mostra é composta por fotografias, pinturas, esculturas, performances, vídeos e instalações, uma delas de tamanho gigante feita por Mahama. Os vários trabalhos se relacionam por meio de quatro eixos - Ecos da História, Corpos e Retratos, O Drama Urbano e Explosões Musicais – e a interseção deles mostra um continente africano em contínuo e efervescente processo de renovação criativa e artística, segundo o curador.

O CCBB promove a exposição depois de ter conseguido um dos seus maiores sucessos de público com a mostra Arte da África em 2003. “A exposição acontece num momento em que a herança africana volta a estar em evidência, principalmente no Rio de Janeiro”, diz Hug, lembrando as recentes escavações do antigo mercado de escravos no Cais do Valongo e a descoberta do Cemitério dos Pretos Novos e da Pedra do Sal, no centro histórico do Rio e próximos ao CCBB.

“A África moderna está vivendo a compressão do tempo como nenhum outro continente. Mal completou 50 anos e é apenas um pouco mais velha do que a média de sua população atual. Ao mesmo tempo, ainda não se abriu completamente à industrialização; de fato, grande parte da atividade econômica até hoje é realizada por meio de escambo”, afirma Hug. Segundo o curador, nos centros urbanos percebe-se vigoroso aumento da produção artística. “O último continente a entrar nesse universo, a África agora também faz parte da cena artística global, com todas as vantagens e desvantagens que isso traz.”

A exposição pode ser vista gratuitamente até o dia 26 de março de 2018.

O patrocínio é do Banco do Brasil, com apoio da BB DTVM.

Serviço

Ex Africa – exposição de arte africana contemporânea
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro
De 20 de janeiro a 26 de março de 2018
De quarta a segunda-feira, 9h às 21h.
Informações: www.bb.com.br/cultura
Entrada gratuita

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