3º Ato pelo fim dos ataques a Gaza em São Paulo

Seg, 04/08/2014 - 12:35
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Ativistas reforçam campanha BDS como estratégia para fazer Israel recuar das matanças e desocupar a Palestina. Organizações e movimentos unificados em defesa do povo palestino promoverão, nesta-segunda-feira, às 17h30, o terceiro ato de protesto contra o massacre de Gaza e em solidariedade à população que resiste aos bombardeios e ataques cruéis das forças de ocupação. A concentração será em frente ao Teatro Municipal (Praça Ramos de Azevedo), e a caminhada seguirá para a Praça da Sé.

É o terceiro ato unificado promovido em São Paulo desde que teve início a nova onda de ataques por Israel a Gaza, em 7 de julho, após uma vigília realizada na Praça Cinquentenário Estado de Israel. O primeiro foi realizado em frente ao Consulado de Israel, com falas de lideranças pedindo o fim das relações políticas, comerciais e diplomáticas do Brasil com Israel, até que finde a ocupação.  O ato seguinte, a partir de concentração na Praça Oswaldo Cruz, foi feito em caminhada até o Parque do Ibirapuera e a tomada do Monumento às Bandeiras por ativistas, com faixas e bandeiras palestinas. 

Após o segundo ato, uma delegação de organizações foi recebida pelo escritório da Presidência da República, na Avenida Paulista, onde representantes de movimentos, centrais sindicais e partidos de esquerda pediram o fim dos contratos do governo brasileiro com empresas israelenses, assim como o fim do Tratado de Livre Comércio entre o Mercosul e o Estado de Israel. Um documento com as demandas das organizações solidárias à Palestina já havia sido protocolado no escritório presidencial. 

Durante esse período, o quadro do extermínio em Gaza só se alastrou. No primeiro ato, eram 200 mortos, que passaram a mais de mil e agora a mais de 1.800, sendo a grande maioria civis e enorme quantidade de crianças. Há também um número crescente de feridos (mais de 9 mil) e famílias destruídas ou desalojadas.

É a maior ofensiva de Israel em Gaza desde final de 2008 e início de 2009. Não se trata de um evento isolado, nem de uma guerra. É mais um capítulo da limpeza étnica do povo palestino, iniciada há 66 anos, quando da criação do Estado de Israel em terras palestinas.

A estreita faixa de Gaza é a área mais densamente povoada do mundo. São 1,5 milhão de habitantes em apenas 360km2. Enfrenta um bloqueio assassino por parte de Israel que a torna o maior campo de concentração a céu aberto. Sob o falso pretexto de defesa, Israel promove uma punição coletiva que é um verdadeiro genocídio. Os fatos desmontam o argumento de defesa: trata-se de território palestino, ocupado por Israel em 1967, e o direito de resistência nessas condições é legítimo.

Os ataques de Israel à Faixa de Gaza têm assombrado o mundo e provocado protestos nos diversos países e continentes. Nos últimos dias, duas escolas da ONU, mercados, hospitais e ambulâncias foram destruídos, matando crianças enquanto dormiam e paramédicos que tentavam socorrer as vítimas. 

Na Cisjordânia, também ocupada, a solidariedade a Gaza assume a forma de resistência. Ali, a punição coletiva por Israel se dá sob outra forma: demolição de casas, prisões políticas em massa e perseguição de colonos/soldados extremistas que vivem em assentamentos ilegais. Esses colonos foram colocados lá por Israel para dar continuidade ao projeto de colonização e apartheid israelenses. A cultura do ódio tem sido usada por Israel para manter a ocupação. 

As organizações e movimentos em defesa do povo palestino consideram fundamental incrementar a solidariedade internacional neste momento e mantê-la mesmo após o fim dos bombardeios. No Brasil, a estratégia é intensificar a campanha global de BDS (boicotes, desinvestimento e sanções) a Israel. O País tem ampliado os acordos militares com Israel, tecnologia usada nos verdadeiros laboratórios humanos que se converteram os palestinos em Gaza e adquirida para a repressão sobretudo da população jovem, pobre e negra no Brasil.

Como resposta à ocupação e aos crimes que estão sendo testemunhados mundialmente através das mídias e redes sociais, as organizações e movimentos em defesa do povo palestino em São Paulo alertam que é preciso isolar econômica e politicamente Israel.

Por uma Palestina livre, com retorno dos milhares de refugiados às terras e casas de onde foram expulsos, as organizações e movimentos exigem:

. Fim imediato dos ataques a Gaza!

. Derrubada do muro do Apartheid!

. Que o governo brasileiro rompa imediatamente as relações militares, comerciais e diplomáticas com Israel!

. Fim do TLC Mercosul-Israel!

. Libertação dos presos políticos palestinos!

. Palestina livre!!!

 

Serviço:

Ato Unificado

São Paulo pela Palestina

Nesta segunda-feira (dia 4/8), às 17h30

Concentração em frente ao Teatro Municipal (Praça Ramos de Azevedo)

Caminhada até a Sé