França vence a Copa do Mundo de Gaza
Enquanto os amantes de futebol no mundo inteiro aguardam com ansiedade a próxima Copa, que será realizada a partir de 11 de junho, na África do Sul, os palestinos da Faixa de Gaza decidiram organizar seu próprio “mundial”.
Impossibilitados de deixar o território devido ao cerco israelense, os entusiastas da bola locais formaram – como maneira de protesto e demonstração de amor pelo futebol – um evento similar ao Mundial da FIFA, inclusive com seleções internacionais. Estados Unidos, Itália, França, dentre outras equipes, integradas por palestinos e funcionários de organizações humanitárias, disputaram a sonhada taça entre 3 e 15 de maio. A final a ocorreu no último sábado, com a vitória da França sobre a Jordânia.
Ideia
A Copa do Mundo de Gaza foi uma invenção do norte-americano Patrick McGann e do palestino Ashraf Mohammed Hamad. McGann viajou a Gaza pela primeira vez há um ano, liderando a Jumpstart International, organização não-governamental que constrói escolas e ensina cartografia a estudantes locais. A Jumpstart não atua mais no território, mas o voluntário decidiu permanecer. "O cerco israelense me fez querer ficar," contou ao IPS (Inter Press Service News Agency).
A ideia de realizar o torneio surgiu quando McGann e Hamad, que trabalha na Universidade de Ciências Aplicadas em Gaza, começaram a jogar futebol juntos no campus da escola, atraindo outras pessoas e formando pequenos campeonatos.
"O futebol é muito importante em Gaza e Ashraf me perguntou o que poderíamos fazer para promover algo maior... Nos ocorreu que o futebol poderia se tornar um veículo para a conquista de diversos objetivos, como ajudar os jovens a desenvolverem habilidades para a busca pela paz e a construírem orgulho próprio por meio de suas conquistas, além de reunir as pessoas – estrangeiros e palestinos, palestinos de diferentes opiniões políticas etc."
Mantendo o espírito de diversidade, como também a celebração dos talentos locais, McGann conseguiu apoio tanto de fora – uma judia portorriquenha que trabalha em uma organização criada por McGrann criou o logo usado no Mundial – quanto local, com fundos doados pelo Banco da Palestina, PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e Pepsi Co.
O troféu, criado por Hamad, foi feito a partir dos destroços deixados pela invasão israelense à Faixa de Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.
Com informações dos portais Opera Mundi, UOL e CNN