Zunái – Revista de poesias e debates

Qua, 18/04/2012 - 14:22
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É possível visualizar todas as faces de um povo expressas em forma de poemas. Versos que revindicam ações em prol dos palestinos.A revista eletrônica que foi criada no ano de 2003 por Claudio Daniel colhe poemas que retratam diversas visões sobre a Palestina. Todos os textos são desenvolvidos por pessoas que compreendem a injustiça sofrida pelo povo palestino desde sua ocupação, e encontraram na Zunái um meio de comunicação onde podem expor seus ideais, e clamar por mudanças.Veja alguns poemas encontrados no http://www.revistazunai.com  SALMO PARA A PALESTINAPor Marcelo ArielUma rosa de Salnão afunda;Ama.Uma rosa de cristalnão morre:Brilha.Uma rosa de luznão compreende:Vive.Você ouvirátodas as rosascantando seu nomePalestinaNo jardimque antes estavafechado para ti.PalestinaA folha secandona areianão será maisa morte,mas o êxtaseda fusãocom o céuque tu agora chamasde chão,PalestinaSerá como um oraçãoeste calordesenhando um arcoem volta do teu coraçãoUma auréolade alegria e pazao redorde qualquer rostoPalestinaAmar qualquer rostoserá maisdo que amar uma Nação,Erramos quando pensamosQue o amor estavaAli, o amor é este lugarÉ qualquer rosto vivoe está aqui,Não é o deslocamento do azul do céu,PalestinaNão é o sangue derramadonão é o dinheiro, esta onda que avançapor dentro do sangue de inúteis desertosaté o fundo do oceano,destino de todo o ouroe depois sobe.voltaaté a absurda praia dos ossos.PalestinaEis o triunfo do amorSecando o mar de sangue .Teus mortosVerão o Sol frio como a LuaIncipit parodiaDo mais real do que o sonho.PalestinaCesse de cantar a canção do impossívelpara a aragemdo campo das beatitudes,que se apagueda mente dos poetaseste canto,onde Querubins sem braçocom a cabeça enfaixadabrincam com Azrael,O Poeta do povodiráao pisar no teu Solo:‘ Sentimos o nascimentoDos braços,A quedaDas asasE a das folhasDa árvore do bem e do mal,Agora nos consolaSaberQue a palavraMais sublimeNão ilumina o suficiente,Que uma língua tocando a outraNão ilumina o suficienteSomente o olhar dos animais pacíficosPastando nos teus camposPalestinaComo a morteE o amorIluminameste silêncioDos mortosPara sempre.  Marcelo Ariel é poeta. O poema apresentado aqui faz parte do livro Teatrofantasma: poesia e prosa, a sair pela Letra Selvagem Edições.   FAIXA DE GAZAPor Jonatas Onofre Como pode seresta veia sem sutura?Este campo de destroçosem hemorragia?A ausência das harpasainda verga os galhosdo salgueiro.Mas o sol, imunda fera,lambe um ossuáriode crianças no deserto.  Jonatas Onofre é pernambucano de Paulista, poeta e músico, graduando em Letras na UFPE.