Nesta segunda, 7 de outubro: São Paulo se soma a ações globais pela Palestina e Líbano
“Um ano de genocídio! Um ano de resistência!” Este é o mote dos protestos e outras iniciativas que acontecem ao redor do mundo e em várias cidades brasileiras desde o último sábado. Em São Paulo, atividades acontecem durante toda a semana. Na agenda, hoje (7/10) haverá ato político-cultural no Al Janiah a partir das 19h30 e amanhã (8/10) haverá ato-vigília com concentração no Masp às 18h.
Nesta segunda-feira (7/10) completa-se um ano de genocídio em Gaza e limpeza étnica aprofundada na Cisjordânia, Palestina ocupada, e mais um ano de resistência. Enquanto segue em sua demonização do povo palestino via propaganda de guerra para justificar os crimes contra a humanidade, o Estado de Israel avança também para o Líbano.
O genocídio em Gaza, ao longo do ano, contudo, não é o começo, diferentemente do que a propaganda israelense tenta apresentar. Trata-se de nova fase da contínua Nakba – a catástrofe palestina cuja pedra fundamental é a formação do estado de Israel em 15 de maio de 1948 mediante limpeza étnica planejada, como comprovado inclusive pelo historiador israelense Ilan Pappé. São 76 anos de Nakba. Setenta e seis anos que o povo palestino enfrenta colonização agressiva, apartheid, ocupação, racismo, limpeza étnica, genocídio.
Israel se sentiu à vontade e avalizado para avançar na tentativa de extermínio do povo palestino. É o que se vê neste momento, ao vivo e em cores. Gaza, que já vivia cerco desumano há 17 anos e grave crise humanitária, encontra-se destruída. Estudo recente elaborado por pesquisadora da Universidade de Edimburgo revela que, ao continuar o genocídio, até o final de 2024 serão cerca de 335.500 palestinos mortos na estreita faixa – 14% da população local. A maioria das vítimas são mulheres e crianças. Os palestinos seguem sendo bombardeados, alvejados, queimados vivos, morrendo de fome, sede, infecções, falta de condições sanitárias e tratamento médico.
Na Cisjordânia já são dezenas de aldeias despovoadas e mais de 700 palestinos mortos pelas forças de ocupação israelenses. Os presos políticos palestinos mais que dobraram desde 7 de outubro de 2023 e estão submetidos a torturas inomináveis, inclusive estupros. No Líbano bombardeios indiscriminados já resultaram em mais de 2 mil mortos.
Para denunciar um ano de genocídio e expressar solidariedade, hoje (7/10), sob o mote “Nossa vitória não será por acidente”, acontece no Al Janiah (Rua Rui Barbosa, 269, Bela Vista, São Paulo/SP), a partir das 19h30, um ato político-cultural que incluirá poesia, contará com lideranças, intelectuais, parlamentares, palestinos e árabes e se encerrará com um pocket do artista BNegão, cantando para a resistência ao genocídio.
Nesta terça (8/10), a Frente em Defesa do Povo Palestino-SP, juntamente com dezenas de organizações, realizará um ato-vigília com concentração no Masp, na Avenida Palestina, e caminhada até a Praça Roosevelt. Após o ato, os participantes vão seguir até o Al Janiah, onde será exibido documentário da Al Jazeera sobre o 7 de outubro, o qual desmente a falsa propaganda israelense para justificar o genocídio. Os movimentos de solidariedade pedem cessar-fogo e se somam à campanha de BDS (boicote, desinvestimento e sanções) a Israel, conclamando que o Estado brasileiro promova embargo militar e ruptura de relações com Israel.
Mais informações: frentepalestinasaopaulo/aljaniah_oficial