No lançamento de “Nascido em 25 de Janeiro”, diretores do Egito e do Brasil conversam com o público sobre seus filmes
Perguntado sobre como surgiu a ideia do filme, Ahmed Rashwan explicou que no início participou da revolução como um cidadão egípcio. “Achávamos que seria uma grande manifestação, mas não uma revolução.”
O diretor contou que o mais difícil foi encontrar uma estrutura para o filme, ao mesmo tempo em que os fatos ainda aconteciam. E eu não sabia que direção daria ao filme. E após muitos meses filmando e editando, decidi que ponto final seria dia 27 de maio, por sua importância. Havia muitas manifestações por um estado secular civil”, ressaltou. Neste dia, o Egito promoveu suas primeiras eleições presidenciais dos últimos 60 anos enquanto o tribunal penal do Cairo sentenciava Suhaib Salem Zakaria Azmi, ex-chefe de gabinete do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, a sete anos de prisão por corrupção.”
Arturo Hartmann também comentou a concepção de “Sobre Futebol e Barreiras”. “Nós fomos à Palestina durante a Copa e queríamos discutir sobre as identidades palestina e israelense, à época do evento. E a ideia surgiu na Cisjordânia ocupada, em fevereiro de 2010, um ano antes das manifestações no Egito. O jogo entre Argélia e Egito era exibido num bar e todos torciam para a Argélia. E alguém me disse que tínhamos que ver durante a Copa a relação entre política e futebol.”
Para Ahmed Rashwan, foi uma grande satisfação poder apresentar seu filme ao público brasileiro. “Fiquei feliz com o interesse do público. O Brasil também passou por uma ditadura e vem fortalecendo cada vez mais sua democracia. No Egito, nós já conseguimos mudar coisa e estamos aprendendo agora a construir o caminho para a democracia. Sabemos que levará algum tempo até que possamos fortalecê-la. Será um longo processo de aprendizado.”