Reginaldo Nasser discute a questão do terrorismo na terceira aula do curso "Países Árabes: Conjuntura Atual e Perspectivas"

Sex, 01/04/2011 - 13:26
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Professor do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser conduziu uma discussão sobre os vários aspectos que envolvem a questão do terrorismo, na terceira aula do curso "Países Árabes: Conjuntura Atual e Perspectivas", realizada na segunda-feira, 28/3. Na programação original, o terceiro encontro contaria com a participação do jornalista samy Adghirni, da Folha de S. Paulo, que está na Líbia fazendo a cobertura do conflito e não pôde estar presente.Nasser é mestre em Ciência Política pela UNICAMP e doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP. Especializado em segurança internacional, Nasser falou sobre os mitos e preconceitos que envolvem a caracterização de árabes como terroristas, como por exemplo, a afirmação de que as pessoas que optam por praticar atentados sejam movidas principalmente por motivos religiosos. Para o professor, as razões que motivam a realização de atentados terroristas estão relacionadas à situações de imensa assimetria de poder e opressão. Atualmente existe a tentativa de caracterizar o que seria o "novo terrorismo", em contraposição ao "antigo terrorismo". Essa corrente defende que os chamados "novos terroristas" sejam vistos como fanáticos, irracionais, movidos por desejos de destruição e privados de motivações políticas, enquanto o "velho terrorismo" seria pragmático e organizado de forma hierárquica. Nasser rebate esse tipo de tese, afirmando que as ações têm muito mais a ver como tentativas de atacar um foco que não possa ser vencido, ou seja, inimigos muito fortes. Para ilustrar, ele problematizou a inexistência de atentados que sejam capazes de dizimar grandes contingentes de população, o que aconteceria se fossem utilizadas armas químicas ou ataques à centrais nucleares.Para ele, a diferença está na forma como a sociedade se articula atualmente, a partir do fenômeno da globalização e da capacidade de utilizar meios como a internet para potencializar as ações. Segundo Nasser, apesar da fragilidade do conceito de "novo terrorismo", ele é amplamente aceito e difundido pelos meios hegemônicos. O professor criticou também a forma como a questão do terrorismo costumam ser simplificada como a luta do bem contra o mal, ao invés de estudada em sua complexidade.

Professor do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser conduziu uma discussão sobre os vários aspectos que envolvem a questão do terrorismo, na terceira aula do curso "Países Árabes: Conjuntura Atual e Perspectivas", realizada na segunda-feira, 28/3. Professor do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser conduziu uma discussão sobre os vários aspectos que envolvem a questão do terrorismo, na terceira aula do curso "Países Árabes: Conjuntura Atual e Perspectivas", realizada na segunda-feira, 28/3. Na programação original, o terceiro encontro contaria com a participação do jornalista samy Adghirni, da Folha de S. Paulo, que está na Líbia fazendo a cobertura do conflito e não pôde estar presente.

Nasser é mestre em Ciência Política pela UNICAMP e doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP. Especializado em segurança internacional, Nasser falou sobre os mitos e preconceitos que envolvem a caracterização de árabes como terroristas, como por exemplo, a afirmação de que as pessoas que optam por praticar atentados sejam movidas principalmente por motivos religiosos. 

Para o professor, as razões que motivam a realização de atentados terroristas estão relacionadas à situações de imensa assimetria de poder e opressão. Atualmente existe a tentativa de caracterizar o que seria o "novo terrorismo", em contraposição ao "antigo terrorismo". Essa corrente defende que os chamados "novos terroristas" sejam vistos como fanáticos, irracionais, movidos por desejos de destruição e privados de motivações políticas, enquanto o "velho terrorismo" seria pragmático e organizado de forma hierárquica. Nasser rebate esse tipo de tese, afirmando que as ações têm muito mais a ver como tentativas de atacar um foco que não possa ser vencido, ou seja, inimigos muito fortes. Para ilustrar, ele problematizou a inexistência de atentados que sejam capazes de dizimar grandes contingentes de população, o que aconteceria se fossem utilizadas armas químicas ou ataques à centrais nucleares.

Para ele, a diferença está na forma como a sociedade se articula atualmente, a partir do fenômeno da globalização e da capacidade de utilizar meios como a internet para potencializar as ações. 
Segundo Nasser, apesar da fragilidade do conceito de "novo terrorismo", ele é amplamente aceito e difundido pelos meios hegemônicos. O professor criticou também a forma como a questão do terrorismo costumam ser simplificada como a luta do bem contra o mal, ao invés de estudada em sua complexidade.