Raduan Nassar vence Prêmio Camões 2016

Seg, 30/05/2016 - 18:41
Publicado em:
Por unanimidade o escritor Raduan Nassar, de 80 anos, foi anunciado, nesta segunda-feira, 30, em Portugal, o grande vencedor da edição 2016 do Prêmio Camões, que é considerado a mais importante premiação literária em língua portuguesa. O autor de “Lavoura Arcaica" (1975), que é descendente de libaneses, é o 12º brasileiro na lista dos ganhadores, que somam 28, ao todo. 

Outros dois livros publicados do escritor são “Um Copo de Cólera” (1978) e o livro de contos “Menina a Caminho” (1994). Nas palavras do júri, a obra de Nassar mereceu pela “extraordinária qualidade da sua linguagem" e pela "força poética da sua prosa". 

O júri destacou ainda em sua justificativa que “através da ficção, o autor revela, no universo da sua obra, a complexidade das relações humanas em planos dificilmente acessíveis a outros modos do discurso". Nassar é reconhecido crítica como um dos grandes nomes da literatura brasileira. 

Com sua obra, Nassar ganhou logo admiradores e seus romances alcançaram sucesso fora do Brasil na primeira metade dos anos 80, quando foram traduzidos para francês e inglês. Com a adaptação para o cinema de "Um Copo de Cólera", em 1999, de Aluizio Abranches, e de "Lavoura Arcaica", em 2001, sob a direção de Luiz Fernando Carvalho, o escritor ganhou ainda mais popularidade. 

Com um valor de cem mil euros, o anúncio do prêmio foi feito pelo secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado. O júri deste ano foi composto pela professora e ensaísta Paula Morão e o poeta e colunista Pedro Mexia, os professores universitários, críticos e escritores brasileiros Flora Süssekind e Sérgio Alcides do Amaral, e ainda o autor moçambicano Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica de Maputo, e a ensaísta são-tomense Inocência Mata, hoje radicada em Macau.

O Prêmio Camões foi criado em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal e é atribuído a “um autor de língua portuguesa que tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”, segundo a versão revista, de 1999, do protocolo.

 

Fonte: Publico