O espaço cultural e gastronômico Al Janiah exibiu na última quinta-feira (11) o documentário inédito no Brasil "La Couler Du Sacrifice (A Cor do Sacrifício), do diretor marroquino Mourad Boucif, que veio ao País para a abertura da 11ª Mostra Mundo Árabe d
Com o CineSesc lotado, a Mostra Mundo Árabe de Cinema abriu sua 11ª edição na última quarta-feira, dia 10, em São Paulo, provando, mais uma vez, ser um dos eventos que mais têm atraído a atenção do público. A cerimônia de abertura exibiu o filme “Homens de Argila”, do diretor Mourad Boucif, convidado especial da Mostra juntamente com o ator Jawad El Boubsi, e contou com as presenças do escritor Milton Hatoum, do presidente do ICArabe, José Farhat, e membros da diretoria do Instituto, do diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, e do presidente do Esporte Clube Sírio, Fabio Kadi, entre outros.
“Estamos convencidos de que a Mostra é fundamental para a sociedade brasileira e para levá-la ao caminho do diálogo. Desejamos que vocês aproveitem cada um dos filmes”, afirmou o presidente do ICArabe, José Farhat, à plateia, antes da exibição, em nome de toda a diretoria do Instituto. Farhat ressaltou o sucesso da Mostra em mais de uma década divulgando a cultura árabe pelo cinema. “Isso evitou que muitos brasileiros ficassem com o que viam na mídia, que somos atrasados, um povo terrorista. Vocês vão ver nesta Mostra o que é o Mundo Árabe”, convidou Farhat.
Representando a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, copatrocinadora do evento, o diretor-geral, Michel Alaby destacou o protagonismo da Mostra e a participação da entidade: “A Câmara tem o objetivo de divulgar não apenas o comércio, como a cultura árabe”, afirmou. “A Mostra tem esse papel: os filmes são feitos pelos árabes e, não, pelos ocidentais. A Câmara se sente orgulhosa de participar. Nunca se esqueçam que a cultura aproxima os povos. Vamos nos aproximar cada vez mais dos árabes!”
O curador Geraldo Adriano Godoy de Campos ressaltou o trabalho coletivo do desenvolvimento do festival. “Cada edição é um ano de trabalho e de preparação. A partir de amanhã já terão novos filmes sendo incluídos na edição do ano que vem. É uma honra estar como curador de uma iniciativa que acabou tomando essa envergadura”, afirmou. “Ano passado foram mais de cem exibições. É uma mostra que começou com cinco filmes.Uma história construída por muita gente”, disse.
Campos também falou sobre as temáticas da edição deste ano, como a sessão “Imagem, Tempo e História”. “Por que nos voltarmos ao tema da imagem? Vivemos em um mundo em que a quantidade de imagens é até excessiva. Lidar com elas é dar sentido para elas. A Mostra ajuda a ampliarmos nosso espaço tanto cognitivo quanto emotivo”, afirmou. “Se tem uma mensagem que a Mostra traz esse ano é que cada vida tem o mesmo estatuto. É uma maneira de construir a solidariedade e mostrar a igualdade.”
O presidente do Esporte Clube Sírio, Fabio Kadi, parabenizou o ICArabe pela iniciativa. “Somos testemunhas do trabalho que é muito bem feito pelo Instituto da Cultura Árabe. O cinema árabe é um cinema de alta qualidade. Com essa iniciativa, mais pessoas podem ter a oportunidade de assistir a esses filmes, que são de um circuito mais fechado. O filme que eu mais tinha vontade de assistir era este da abertura”, declarou.
Os convidados especiais
Emocionado, o diretor marroquino Mourad Boucif falou sobre seu filme, que conta a história de colônias do norte da África e da Ásia que lutaram na Segunda Guerra Mundial, “cerca de três ou quatro milhões de pessoas”, explicou. E elogiou a Mostra. “É muito importante nos tempos atuais devido à deturpação na mídia.”
Em sua breve fala, o ator Jawad El Boubsi.contou que gostaria de conversar com expectadores após a exibição de “Homens de Argila” para compartilhar reflexões e tirar fotos. “Espero que vocês apreciem o filme.”
Público fiel e novos fãs
Além de uma audiência cativa, a Mostra vem conquistando cada vez mais apreciadores. Jaires Pires acompanha a Mostra há algumas edições. “Gosto muito. É um assunto contemporâneo, as coisas do Oriente Médio me cativam.”
Patrícia Cristiane Souza está em sua terceira edição. “Fiz curso de árabe durante dois anos, pois trabalhava em um lugar que recebia refugiados da África Subsariana e muitos são muçulmanos. É por isso que desde 2014 venho à mostra, quero saber o que está acontecendo do lado de lá”, conta.
Sueli Sao ressaltou a qualidade dos temas. “Vim em outras edições e sei que há vários filmes premiados. O que eu mais gosto de ver é a questão política, que está presente. É bom ter a visão do outro."
Os novos expectadores demonstraram empolgação antes do início da sessão. ”É a primeira vez que venho à mostra, quero muito conhecer o cinema árabe", afirmou Luana Tanaka.
Laura Maria Sawaya Calache espera aprofundar seus conhecimentos. “Sou descendente de árabe. Espero ter um conhecimento maior desta cultura, de que gosto muito."
10 anos de Cinema Árabe
Antes da exibição de “Homens de Argila”, o público assistiu ao vídeo com os melhores momentos da 10ª edição, de 2015. Exibida e,m são Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória, a 10ª Mostra reuniu cinema e outras artes, como música e poesia. (assista ao vídeo aqui).
A Mostra
A 11ª Mostra Mundo Árabe de Cinema é realizada pelo Instituto da Cultura Árabe, em parceria com o Ministério da Cultura, o Centro Cultural Banco do Brasil e o Serviço Social do Comércio - SESC, patrocínio do Banco do Brasil e copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
A edição deste ano traz cinco sessões temáticas: Panorama Mundo Árabe; Cinema Palestino; Diálogos Árabe-Latinos; Imagem, Tempo e História e Pequenos Olhares - e encontros com convidados brasileiros e árabes.
Os filmes ficam em cartaz até o dia 28 de agosto no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB-SP, CineSesc, Centro Cultural São Paulo e Biblioteca Mário de Andrade. A programação inclui ainda debates e outras atividades.
Confira a programação completa no site: http://www.mundoarabe2016.icarabe.org/programacao
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