5ª Mostra mundo Árabe de Cinema segue com debate e novos locais de exibição
Fotos: Alf Ribeiro
A partir de terça (14/9) começam as programações da Galeria Olido, CCSP e CCJ.
Na noite de 2 de setembro, ocorreu a abertura da 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema. Assim, como em anos anteriores, cerca de 200 pessoas lotaram o hall do CineSesc, onde o evento foi realizado. Às 21h deu-se início à projeção do filme Porta da web, do diretor argelino Merzak Allouache, que arrancou risadas da plateia.
Segundo Soraya Samili, diretora Cultural e Científica do ICArabe, os filmes dessa mostra trazem um pouco da realidade árabe para o Brasil. “Eles mostram que a cultura é viva nesses países e que as questões existentes lá são quase que as mesmas das nossas. Ou seja, elas nos aproximam mais do que nos diferenciam”. Soraya enfatizou também dois temas recorrentes nos filmes que integram o festival: a migração e o universo feminino. “Inclusive, muitas das produções são dirigidas por mulheres”, completou.
Michel Sleiman, presidente do ICArabe, agradeceu o CineSesc, que pela terceira vez cedeu espaço para a abertura e exibição dos filmes da mostra. “Lutamos muito para manter este festival todos os anos e, a cada edição, ela se amplia. Desta vez, contamos com dois parceiros novos, o Cinemulher e o Clube Atlético Monte Líbano. Isto é uma grande alegria!”, comemorou.
O festival
A 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema é uma realização do ICArabe (Instituto da Cultura Árabe), em parceria com o Sesc-SP (Serviço Social do Comércio), Prefeitura Municipal de São Paulo e Casa Árabe de Espanha. Ela ocorre na Capital paulista, entre 3 e 29 de setembro.
Nesta edição, serão apresentados 14 filmes, sendo cinco documentários, sobre assuntos relacionados ao mundo árabe em geral, a maioria inédita no Brasil. Entretanto haverá temas centrais como a imigração e o exílio forçado, questões de gênero, conflitos entre tradição e modernidade, além de crônicas sociais. As exibições ocorrerão em algumas das principais salas da cidade: CineSesc (2 a 12/9), Centro Cultural São Paulo (14 a 19/9), Galeria Olido (14 a 23/9), Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (15 a 29/9), Cinemulher (10 e 11/9), Esporte Clube Sírio (18 e 26/9) e Clube Atlético Monte Líbano (3 a 7/9).
A iniciativa, que conta com o apoio cultural de diversas instituições, inclui produções premiadas de diretores renomados, como o argelino Merzak Allouache, uma das principais vozes do cinema magrebino contemporâneo, e o egípcio Yousri Nasrallah, herdeiro de Youssef Chahine – um dos grandes nomes da filmografia árabe. Há ainda trabalhos reconhecidos mundialmente e premiados feitos por mulheres. Vale destacar os documentários “Ponto de encontro”, da brasileira Júlia Bacha em parceria com a estadunidense Roni Avni, e “Câmeras abertas”, da norte-americana filha de pais iraquianos Maysoon Pachachi, além o filme “Dunia (beije-me, mas não nos olhos)”, da franco-libanesa Jocelyn Saab.
Além dos realizadores já citados, a 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema tem o apoio do Consulado Geral da França em São Paulo, Embaixada da Espanha no Brasil, Centro Cultural da Espanha-SP, Cinemateca da Embaixada da França, Centro Cultural São Paulo, Galeria Olido, Centro Cultural da Juventude, Cinemulher, Esporte Clube Sírio e Clube Atlético Monte Líbano.
Faça, no fim da matéria, o download do catálogo da 5ª Mostra Mundo Árabe de Cinema.
Encontros e debates
Durante a mostra, ocorrerá ainda um encontro, no dia 8 de setembro, no CineSesc, com os também brasileiros Otávio Cury, Stela Grisotti e Paschoal Samora, que discorrerão sobre o tema “Filmando no Oriente Médio”. Os dois últimos falarão sobre a experiência de filmar em Israel e nos territórios palestinos ocupados. Ambos são autores do documentário “A chave da casa”, uma das atrações desta edição – que retrata as últimas 48h de um grupo de palestinos no campo de refugiados de Ruweished, próximo à Jordânia, antes de virem para o Brasil, assim como seus primeiros nove meses de adaptação neste país. Já Cury comentará sobre a produção de “Constantino”, no qual o diretor conta a descoberta da obra do seu bisavô, Daud Constantino Cury, poeta e um dos primeiros dramaturgos sírios. O documentário está sendo realizado na Síria e no Líbano com o apoio do ICArabe. A atividade ocorre após a exibição do filme “A chave da casa”, marcada para às 21h30.
No Cinemulher, após a exibição do filme Dunia, (Beije-me, mas não em meus olhos), no dia 11 de setembro, às 20h, também haverá um debate com Soraya Smaili, diretora Cultural e Científica do ICArabe, e Daniela Auad, professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e especialista em educação e relações de gênero. A atividade terá o objetivo de discutir a questão feminina no mundo árabe.
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