Brasil leva filme premiado a festival em Beirute
O festival é organizado anualmente pela Embaixada da Espanha em Beirute e pelo Instituto Cervantes em colaboração com a associação Metropolis e com as embaixadas de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além dos consulados de El Salvador e de Portugal. Os filmes são exibidos no cinema Metropolis, que seleciona para sua grade de exibição produções alternativas aos filmes de grande público.
De acordo com o chefe do setor Cultural da Embaixada do Brasil em Beirute, Adam Muniz, o País participa do evento desde sua criação e as sessões de filmes brasileiros estão sempre entre as mais procuradas. No ano passado, por exemplo, os organizadores do evento precisaram criar duas cópias de “Hoje eu quero voltar sozinho”, para que fossem exibidas ao mesmo tempo nas duas salas do cinema Metropolis.
Para este ano, a expectativa é grande, pois “Que horas ela volta?” já ganhou prêmios no festival norte-americano de Sundance, e no Festival de Berlim, na Alemanha. O longa-metragem está sendo distribuído em mais de 20 países e foi escolhido para ser o concorrente brasileiro ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2016. Os escolhidos para disputar a estatueta serão anunciados em janeiro do ano que vem.
Neste filme, a personagem Val (Regina Casé) deixa a filha em Pernambuco para ser babá de Fabinho (Michel Joelsas), filho de pais da classe alta de São Paulo. Treze anos após sua partida, sua filha Jéssica (Camila Márdila) vai para a capital paulista prestar vestibular e viver com a mãe na casa dos patrões de Val. A filha, contudo, não tem com os patrões a mesma relação de subserviência de sua mãe.
“Nós sempre participamos deste festival e o Brasil sempre tem a maior audiência. Participar do evento é uma oportunidade de apresentar a cultura brasileira e também uma chance de promover a indústria cultural do País, por meio dos setores fonográfico e cinematográfico”, afirmou Muniz à ANBA nesta sexta-feira (23). Ele disse que o objetivo da embaixada brasileira é sempre apresentar a produção mais recente do cinema nacional e desde o ano passado, levar para o Festival Ibero Americano o candidato brasileiro ao Oscar de Filme Estrangeiro.
“Os filmes brasileiros que trazemos para o festival costumam ser a avant-première (pré-estreia) e temos a intenção que entrem no circuito. É o único filme com legenda em árabe. Então, pode também ser exibido em outros países da região”, afirmou Muniz. Além do grande público, produtores, críticos e distribuidores do cinema são convidados a ver os filmes brasileiros.
Muniz também disse que os espectadores das produções nacionais são brasileiros que vivem no Líbano, mas eles não são maioria. “A comunidade é expressiva, mas tem uma grande procura de libaneses mesmo, pois eles têm laços muito fortes com o Brasil”, afirmou.
Serviço:
Festival de Cinema Ibero-Americano Otras Miradas
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