Começa a mostra Imagens do Oriente – Clássicos do Cinema Egípcio
Fotos: Alf Ribeiro
Cerca de 200 pessoas prestigiaram, na noite de ontem (24 de junho), a abertura da mostra Imagens do Oriente (IMO) – Clássicos do Cinema Egípcio, no CineSesc. O evento incluiu a exibição do filme “A Múmia. A noite da passagem dos anos”, de Chadi Abd al-Salam, única produção do diretor. Entre os presentes estavam as organizadoras do festival, Arlene Clemesha e Marcia Camargos, o secretário municipal da cultura, Carlos Augusto Calil, o secretário adjunto municipal da cultura José Roberto Sadek, a cônsul do Egito no Rio de Janeiro, Amany El Etr, o presidente do Instituto da Cultura Árabe, Michel Sleiman, o diretor do departamento regional do Sesc – SP, Danilo Santos de Miranda e o crítico egípcio de cinema Essam Zakarea.
A Mostra ocorre de 25 de junho a 11 de julho e é uma realização do Instituto da Cultura Árabe em parceria com a Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, o Sesc-SP (Serviço Social do Comércio) e o Centro de Estudos Árabes da Universidade de São Paulo, além do Ministério da Cultura da República Árabe do Egito e o Consulado do Egito no Rio de Janeiro, que nesta edição disponibilizaram e possibilitaram a vinda dos filmes. Conta ainda com o apoio da Cinemateca Brasileira, Embaixada do Brasil no Egito, Imprensa Oficial, bem como a Fundação Caipirinha e a ArteEast de Nova Iorque.
Na sua quarta edição, a Imagens do Oriente traz dessa vez o tema Clássicos do Cinema Egípcio, que reúne filmes de 1948 até a década de 1970, em 250 quilos de película. Ao todo são nove produções que serão exibidas no CineSesc, Galeria Olido e Cinemateca Brasileira. A programação inclui ainda um encontro com o crítico de cinema egípcio Essam Zakarea, no dia 25 de junho, às 19h30, no CineSesc.
Além de celebrar os 130 anos da imigração árabe para o Brasil, a iniciativa pretende revelar a história do cinema árabe por meio desses clássicos, realizados durante o que pode ser considerado seu principal período – os anos 1960 estendidos. A maioria dos filmes é realista, ou romântico-realista, em geral sobre o alto Nilo rural, no Sul, e remete ao conflito de classes, à degradação social e à perda de valores como a solidariedade. Vários tratam de honra e vingança sob diversos prismas.
Tradição no Egito, novidade no Brasil
Segundo Danilo Santos Miranda, a IMO 2010 veio preencher uma lacuna no Brasil “Temos o hábito de estabelecer contato com filmografias de outros países, no entanto ainda faltam muitas e esta é a primeira vez que dispomos da egípcia”, disse ele, na abertura da Mostra.
José Roberto Sadek acredita que essa edição da Imagens do Oriente será uma chance dupla de enriquecer a cultura da cidade. “Ninguém aqui conhece o que será exibido, são produções raras no Brasil. Inclusive, para melhor tratar o tema, diversificamos em relação às IMOs anteriores, que traziam filmes de origens variadas, e optamos pela exibição de produções de apenas um país”, explicou ele.
A consulesa egípcia, Amany El Etr, destacou o papel importante da mostra nas relações culturais entre Brasil e Egito. “O Brasil ocupa uma posição importante na América Latina e essa é uma forma de divulgar nossa língua e cultura”, salientou. Ela afirmou que os filmes exibidos na IMO são parte da história do Egito e que a filmografia do país começou há cem anos, “temos grande tradição no assunto”, completou.
“Esta edição de Imagens do Oriente me desperta uma profunda curiosidade”, revelou Carlos Augusto Calil.
Michel Sleiman teve contato com cinema e a música egípcias na década de 70 período em que morou no Líbano.”Esses filmes são bastante conhecidos no mundo árabe e é um prazer vê-los em telas brasileiras”, comemorou.
Arlene Clemesha e Márcia Carmargos, organizadoras da IMO 2010, agradeceram os parceiros e apoiadores. “A realização desta mostra em apenas cinco meses só foi possível porque foi feita em conjunto”, disse Arlene.
Imagens do Oriente
Desde 2007, a Mostra Imagens do Oriente (IMO) exibe em São Paulo a mais recente produção cinematográfica do Irã, de países árabes e de outras regiões do chamado “Oriente Médio”. Em sua seleção, os curadores visam, acima de tudo, aprofundar o conhecimento sobre a cultura e o cotidiano desses povos, contribuindo para reforçar os laços e diminuir os preconceitos contra o mundo islâmico. Nesse sentido, sempre procuram trazer ao menos dois diretores a cada evento, organizando com eles mesas-redondas e debates com o público.
Ingressos:
Galeria Olido • Av. São João, 473 - Centro - R$ 1,00 [inteira] e r$ 0,50 [meia]
CINESESC • Rua Augusta, 2.075 - Cerqueira César - R$ 8,00 [inteira] • r$ 4,00 [usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante] • R$ 2,00 [trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes]
Cinemateca Brasileira • Largo Sen. Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - R$ 8,00 [inteira] • R$ 4,00 [meia-entrada] Atenção: estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.