Marach: combinação de sabores árabes e armênios com receitas de família

Dom, 03/11/2013 - 23:22
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Entre as especialidades típicas da Armênia servidas na casa estão o mantã, herissé e o  basterma. Este último é uma carne seca, condimentada e muito apreciada pelos nativos.

Por Suely Melo

Há seis anos os irmãos, Garabed Anitablian Neto e Douglas Anitablian fundaram o restaurante Marach, que oferece aos clientes pratos específicos da armênia e da cozinha árabe. Descendentes de armênios, e baseando-se na cultura e tradição familiar, eles criaram um jeito próprio de preparar a comida.

Os pais de Neto e Douglas nasceram no Brasil, mas seus quatro avós eram todos armênios. Entre 1915 e 1917, quando o mundo passava pela primeira grande guerra, milhares de armênios foram massacrados pelo governo da Turquia. Muitos foram deportados. Entre eles, aqueles que seriam a família dos donos do Marach, que primeiro foram para o Líbano, passaram pela Síria e finalmente chegaram no Brasil. Aqui se instalaram, formaram uma colônia, casaram-se entre os membros imigrantes, tiveram filhos e construíram sua história.

Quando os irmãos Anitablian decidiram abrir o restaurante, optaram por resgatar a essência da cultura gastronômica da Armênia, trazida por sua família, para compor a cozinha comandada pelo chef Douglas. “Toda a nossa culinária é baseada nas receitas das nossas avós e da nossa mãe. Fazemos questão de preservar a comida caseira, os segredinhos que só elas têm. Seguimos as nossas raízes”, ressalta Neto. O nome do restaurante é uma homenagem aos avós. Marach é a região da Armênia onde eles nasceram.

A culinária armênia, segundo ele, é semelhante à árabe, o que muda é a forma de preparação e o tempero de cada região. Enquanto na primeira, as ervas dão o tom e o sabor aos pratos, na segunda, as especiarias predominam. ”O povo armênio é um dos mais antigos que existem. A Armênia não é um pais árabe, mas está inserida no meio deles. Cada lugar acaba fazendo uma coisa ou outra diferente ou tendo um prato especifico.”

Especialidades da culinária armênia e árabe

Entre as especialidades típicas da Armênia servidas na casa estão o mantã, herissé e o  basterma. Este último é uma carne seca, condimentada e muito apreciada pelos nativos. O basterma carrega uma história curiosa, que também tem origem na guerra. Os fugitivos do holocausto armênio, para conseguirem sobreviver à fome, descobriram uma forma de armazenar e conservar mantimentos como a carne, por exemplo, que era amarrada à barriga do cavalo. O suor liberado pelo animal salgava o alimento evitando que estragasse. Com o tempo, a receita foi aprimorada e ingredientes como pimenta e outros condimentos foram adicionados a ela. “Hoje a carne passa por um processo industrial e tecnológico, mas num passado recente as mulheres armênias, seguindo a tradição, a colocavam sob o sol para secar, como ainda fazem no nordeste do Brasil.”

O restaurante Marach abre às 7h30 para o café da manhã. No almoço, a partir das 11h30, o cliente encontra um buffet com grande variedade de comida, que muda diariamente, segundo Neto. Dentre algumas opções mais requintadas da família Anitablian, um dos maiores sucessos é o ensopado de cordeiro com purê de berinjela e queijo gruyere. Além deste, camarão e outros peixes complementam e diversificam o buffet do restaurante.  “Aprimoramos pratos que não são tão tradicionais e conhecidos, mas que pertencem à culinária árabe e armênia”.
 
Outro destaque no restaurante são as saborosas esfihas abertas e fechadas, assadas no forno de pedra. Os famosos charutos de folha de uva, babaganuche, kafta e coalhada seca, pratos da culinária árabe, também estão no cardápio do Marach, que oferece serviço à la carte das 15h às 20h. O restaurante trabalha também com encomendas que vão de um simples jantar a grandes festas.

Serviço:

Marach

Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 1.616, Jd. Paulistano, telefones 3034-0591 e 3034-2717