Orquestra de refugiados se apresenta no Sesc
A Orquestra Mundana Refugi conta com músicos da Síria e Palestina. Os shows ocorrem neste domingo (19) no Sesc Osasco, data de lançamento de seu primeiro álbum em plataforma digital, e em 07 de dezembro no Sesc Pompeia.
A Orquestra Mundana Refugi se apresentará no Sesc Osasco neste domingo (19), dia em que será lançado o primeiro álbum do grupo, na plataforma digital do Sesc. A orquestra vai tocar também no dia 07 de dezembro, no Sesc Pompeia (assista aqui ao vídeo de ensaio do conjunto).
A Orquestra Mundana, com ritmos e músicos de diversos países, já existe há 15 anos, mas foi em abril deste ano que o músico e historiador Carlinhos Antunes e a assistente social Cléo Miranda idealizaram o projeto da Orquestra Mundana Refugi, com apoio do Sesc, para divulgar a causa dos refugiados e mostrar a música como síntese de acolhimento e respeito à diversidade.
O grupo é composto por 20 músicos, sendo oito brasileiros e 12 refugiados de diversos países, entre eles Síria, Palestina, Irã, Cuba, Congo e Haiti. Carlinhos Antunes é o diretor da orquestra. Nas apresentações, o artista de 56 anos toca mais de 10 instrumentos de corda, como viola, violão, kora e charango.
“Este projeto é uma resposta à barbárie e ao obscurantismo que estamos vivendo no Brasil e no mundo”, comentou Antunes. O Projeto Refugi promove também oficinas de música, seleção de novos talentos, debates em escolas e concertos.
Segundo o diretor, o repertório apresentado é resultado de um processo de integração e resistência, entre composições de sua autoria inspiradas no universo dos refugiados e composições tradicionais de cada país representado. “Muitas das músicas foram feitas exclusivamente para este trabalho”, revelou.
Mundo árabe
Faz parte da orquestra a cantora síria de família palestina Oula Al-Saghir, de 35 anos, que chegou ao Brasil com o marido e os dois filhos em 2015. Nas apresentações do grupo, a artista canta sozinha em árabe e espanhol, e acompanha as músicas em português como backing vocal.
Conversando com a reportagem em português, ela contou que é uma grande oportunidade poder fazer parte de um grupo tão diverso e que o projeto é muito importante para os refugiados que chegam ao País. “É uma troca, eu aprendo sobre música brasileira e os outros músicos aprendem sobre a cultura oriental; também é uma chance de divulgar meu trabalho para mais pessoas”, afirmou Saghir.
Outro integrante árabe da orquestra é o músico palestino de 23 anos Yousef Saif, que chegou ao País em março deste ano; ele toca o instrumento bouzouki, uma espécie de alaúde árabe. O músico tunisiano Raouf Jemni participou da gravação do álbum, mas voltou para seu país de origem.
O brasileiro Claudio Kairouz, de ascendência libanesa e tunisiana, também faz parte da orquestra. Ele estudou música no Líbano e toca kanun, um instrumento de cordas árabe do século 10.
Serviço
19 de novembro, domingo, às 17 horas
Sesc Osasco - Avenida Sport Club Corintians Paulista, 1300 - Jardim das Flores, Osasco
07 de dezembro, quinta-feira, às 21h30
Sesc Pompeia - R. Clélia, 93 - Pompeia, São Paulo
Entrada gratuita
Para mais informações, acesse https://www.sescsp.org.br/