José Farhat relembra época da 2ª Guerra Mundial em simpósio na USP
Nascido no Brasil, o cientista político viajava com sua família pelo Líbano quando a guerra eclodiu. “Uma das primeiras impressões que eu tive foi sobre o grau de politização dos libaneses, que era muito alto, não importando a idade ou a classe social”, relembrou ele, sobre o período histórico. A memória das promesas da Grã Bretanha e França aos árabes, contou, gerava afastamento dos Aliados, ainda que estivessem lutando contra o regime nazista da Alemanha e fascista da Itália.
Farhat nasceu no Brasil, filho de pai libanês e mãe portuguesa que imigrou com sua família em fins do século XIX. A família Farhat é originária principalmente de três locais do Líbano: o município de Borj El-Brajné, de aldeias do vale do Bekaa e de outras no sul do Líbano.
O estudioso contou que era um dos poucos na comunidade árabe que criticava a neutralidade dos árabes de todas as regiões no início do conflito.
Quando voltou ao Brasil, por ter sido funcionário da Delegação do Brasil em Damasco, tinha direito a participar de concurso direto, no Itamaraty, para seguir a carreira diplomática. “Não tive êxito, pois na entrevista posicionei-me contra a posição do embaixador que me entrevistava ao defender a campanha “O Petróleo é Nosso” (pela autonomia brasileira no campo do petróleo) e a manutenção da Petrobrás como empresa estatal pelo governo Getúlio Vargas”, lembrou.