Síria Antiga é tema de curso no Rio
Ex-professor de História Antiga da Universidade de Damasco dará sete aulas sobre como era a Síria durante o terceiro e o segundo milênios a.C.. Encontros ocorrem aos sábados, de 16 de março a 27 de abril, na Uerj.
Por Isaura Daniel/ANBA
Como era a Síria durante o terceiro e o segundo milênios antes de Cristo? Quais reinos existiam, como viviam as pessoas e quais foram suas descobertas? Um panorama e alguns fatos curiosos sobre o período serão apresentados pelo doutor em História da Arte, o sírio Ayman Esmandar, em um curso de extensão na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) de 16 de março a 27 de abril.
Chamado de “Os mistérios, tradições e segredos na Síria Antiga”, os encontros têm como foco desvendar fatos sobre o país árabe na Antiguidade que não são muito conhecidos dos brasileiros. Esmandar falará, por exemplo, sobre três reinados que existiram na Síria, que são Ugarit, Mari e Ebla, e que foram descobertos por arqueólogos em 1928, 1936 e 1974, respectivamente.
Esmandar conta que a descoberta de Ebla mudou o que se pensava até então, que o Egito e a Suméria eram as civilizações mais antigas existentes. “Ebla tem o mesmo tempo que a Suméria e era mais avançada”, conta o sírio. Segundo Esmandar, eram mais de 270 mil habitantes, as mulheres ganhavam salários iguais aos dos homens, o reino tinha língua própria e nele foi descoberto o primeiro dicionário.
Sobre Ugarit, após 50 anos de estudo acadêmicos foi entendido que no reinado nasceu o primeiro alfabeto, que serviu de base para outras línguas, de acordo com Esmandar. “Teve grande impacto cultural e acadêmico”, afirma ele, sobre a descoberta do reino. Os fatos sobre Ugarit vieram à luz a partir de 12 mil tabletes de argila com textos.
Sobre Mari foram encontrados 17 mil textos, também em tabletes de argila, e descobertas estátuas, templos, maquetes de casas e fabricação de perfumes para exportar. “Era uma cidade redonda com 19 quilômetros de diâmetro”, diz Esmandar.
O estudioso abordará também temas que saem do período proposto, como as primeiras aldeias com construção de casas no Norte da Síria no nono milênio a.C., onde era cultivado o trigo, e a cidade histórica de Palmira, onde conviviam 18 religiões diferentes. O sírio falará ainda sobre as cerimônias e rituais das antigas religiões, mostrando o que era pensado sobre fatos como a criação da vida, sobre o criador, sobre as estrelas, e o que disso influenciou as religiões surgidas depois.
Esmandar mora no Brasil desde 2013, para onde veio em função do conflito em seu país. Na Síria, ele dava aulas de História da Arte e História Antiga na Universidade de Damasco. Além de especialista nestas áreas, ele é artista plástico, faz exposições e chegou a atuar como guia turístico no Brasil.
As aulas sobre a Síria Antiga vão ocorrer sempre aos sábados, nos dias 16, 23 e 30 de março e nos dias 6, 13, 20 e 27 de abril, no Núcleo de Estudos da Antiguidade da Uerj. Os encontros serão das 13h30 às 16h30 e o curso todo custa R$ 50.
Serviço
Palestras “Os mistérios, tradições e segredos na Síria Antiga”
Aos sábados, de 16 de março a 27 de abril de 2019, das 13h30 às 16h30
Núcleo de Estudos da Antiguidade da UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524 – Pavilhão João Lyra Filho – Sala 9030 A – Rio de Janeiro
Informações: (21) 2334-0227 – neaeventos@gmail.com
Custo: R$ 50