Em audiência pública, refugiados sírios e palestinos apontam as dificuldades que enfrentam no Brasil
Dentre as dificuldades relatadas, os participantes mencionaram, especialmente, os entraves burocráticos para obter os documentos que os possibilitem trabalhar no Brasil. Este, segundo eles, é o ponto central da discussão. Sem documentação, não há trabalho, o que torna precárias as condições de vida: moradia, saúde, acesso das crianças à educação, assistência aos idosos e outros tantos aspectos importantes para a vida de qualquer pessoa ficam seriamente comprometidos. Além disso, o fato de não falarem português dificulta a comunicação e potencializa todos os problemas.
Segundo o Conselho Nacional de Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, de 2012 até agora o Brasil recebeu 526 sírios e 360 libaneses, que obtiveram o status de refugiados aqui. Atualmente há outros 39 sírios e 23 libaneses com pedido de refúgio em análise. Entre os palestinos, de acordo com dados de novembro de 2013, há 117 refugiados e 14 solicitações pendentes.
Para a jornalista e membro da diretoria do ICArabe, Soraya Misleh, que acompanhou a audiência, a situação dos refugiados no Brasil é um problema que exige urgência. “É necessário um programa que contemple vale aluguel, professor e todo tipo de assistência e trabalho para que essas pessoas possam viver com dignidade aqui até voltarem para suas terras.”