Brasileiros são convidados a integrar a segunda Flotilha da Liberdade
Na última quarta-feira, 7 de julho, ativistas, jornalistas, intelectuais, integrantes de movimentos em defesa da causa palestina e representantes da comunidade árabe participaram de uma reunião, na Câmara Municipal de São Paulo, com membros da Campanha Europeia pelo Fim do embargo a Gaza e da Assembleia Geral pelo retorno para a Palestina. Essas entidades organizaram a Flotilha da Liberdade (frota humanitária atacada por Israel no dia 31 de maio) e agora vieram ao Brasil para promover a segunda. O encontro foi viabilizado pelo vereador Jamil Murad (PcdoB)
A nova frota deve se lançar ao mar em fins de setembro e já reúne mais de nove mil inscritos. “Faremos outra, ainda maior, com 20 navios e muito mais pessoas”, afirmou Mohammad Hannoun, arquiteto, co-fundador da Assembleia Geral dos Palestino na Europa e da European Campaign to end the Siege on Gaza.
Ele afirmou que Gaza sofre hoje um bloqueio violento por parte de Israel que impede a entrada de materiais médicos, de construção civil, comida, entre outros. “O cerco é ilegal, já foi condenado pela ONU e pela comunidade internacional, mas o Estado sionista insiste em manter a ocupação. Por isso estamos nos movendo para defender o direito dessa população de mais de 1 milhão de habitantes”, explicou.
De acordo com Hannoun, apesar da tragédia ocorrida com a primeira flotilha, atacada por Israel, que matou 20 pessoas e feriu outras 60, a iniciativa acabou trazendo resultados que não tinham sido programados. “Chamamos a atenção do mundo para o bloqueio a Gaza, países europeus que até então nunca haviam se manifestado, condenaram a política de Israel com palavras claras”, ressaltou.
Para Mohammad Abdel Qader, médico, membro fundador da União dos palestinos europeus, que também é organizador da nova flotilha e estava presente à reunião, tanto o povo quanto os políticos brasileiros os estavam recebendo muito bem. “A questão da Palestina é de todo o mundo, que não pode ficar calado diante do sofrimento de 62 anos de um povo. Hoje, quase sete milhões de pessoas não estão em suas terras, mas sim refugiadas. Elas têm que retornar”, salientou.
Também estiveram presentes à reunião o jornalista Fernando Lattarulo, marido da jornalista italiana Angela Lano, que esteve na primeira frota, e que não pôde comparecer ao encontro na Câmara por problemas de saúde; representantes da União Brasileira de Mulheres, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Via Campesina, União Grumim de Mulheres Indígenas, Instituto da Cultura Árabe, Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, Mopat, Assembleia Islâmica de São Paulo e Comlutas, além da viúva de Paulo Freire, Nita Freire, que doou aos organizadores da segunda frota exemplares de livros de Paulo Freire para serem incluídos no novo comboio.
Participação
Quem quiser participar da Flotilha II pode se inscrever no site www.savegaza.eu/eng/
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