Crônicas de uma sociedade racista - parte 2
“Para mim, os árabes são algo que não posso olhar, nem tolerar. Eu sou racista, cresci em uma família racista. No exército, matarei árabes sem pensar duas vezes. Minha educação me ensina que os árabes são educados para serem terroristas e nós não podemos confiar neles. Eu desejo a morte deles”.
Essas são declarações de uma aluna judia, no ensino secundário, em uma escola israelense.
O que arrepia nessas declarações é que o serviço militar em Israel é obrigatório e a partir dos dezoito anos, os jovens israelenses servem o exército, onde podem matar impunemente árabes, sem pensar duas vezes.
Dois educadores israelenses Idan Yaron e Yoram Harpaz publicaram um livro sobre o cotidiano de uma escola secundária israelense. A obra entitula-se “Imagens de uma vida escolar” e é baseada nas observações antropológicas coletadas durante três anos de acompanhamento.
No capítulo sobre etnicidade e racismo entre os jovens, os autores coletaram comentários dos alunos judeus após uma aula de religião (o ensino da religião judaica é obrigatório em todas as escolas de Israel). O tema da aula era o Velho Testamento e Vingança.
Um dos alunos declarou que a vingança é uma emoção saudável e importante e baseado no que aprendeu, é dever dos judeus matar todos os árabes.
Outro aluno declarou que escutou na sinagoga que os árabes são lixo, iguais aos amalecitas, inimigos dos hebreus de milênios atrás. Segundo ele, o Torá manda matar todos os árabes.
Os poucos alunos que não concordaram com os colegas racistas foram insultados e classificados como inimigos de Israel. Segundo os racistas, aquela minoria de alunos com posturas anti-racistas, assim comos os árabes, não têm lugar em Israel.
Os autores chamam a atenção que o racismo é tão enraizado que faz parte da vida e sociedade israelense. É verdadeiro “way of life”, característica essencial daquela sociedade e não há meios ou vontade de combatê-lo.
Nas escolas de Israel, temas como Nakba, direitos humanos ou moralidade dos crimes de Israel contra os palestinos, não são discutidos.
O livro identifica a origem do racismo israelense: educação.
Como na Alemanha nazista, os jovens israelenses recebem educação exclusivista e assassina, pela qual são doutrinados a pensar que matar árabes é a única maneira de ter paz e segurança.
Não é de estranhar que 90% dos israelenses apóiam os genocídios em Gaza, onde milhares de civis foram martirizados, inclusive milhares de crianças e bebês.
Nazismo e sionismo têm o mesmo DNA: duas ideologias racistas, que ameaçam a humanidade.
Exército de Deus
As piores atrocidades são cometidas usando o nome de Deus.
No mais recente massacre de Israel contra Gaza, o exército judeu cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Milhares de civis palestinos foram mortos e centenas de milhares perderam seus bens. Milhares de escolas, casas, indústrias, templos, foram destruídos. A infraestrutura foi arrasada e acredita-se que a reconstrução levará 20 anos e valores bilionários.
Observadores independentes perceberam que a matança e a destruição em Gaza foram por matar e destruir, sem um objetivo militar que justificasse os crimes.
Há vários anos, estudiosos internacionais e israelenses chamam a atenção para um fenômeno que acontece no seio da sociedade israelense: aumento do número de soldados fanáticos “religiosos” nas unidades de elite israelense.
Para esses extremistas fanáticos, a guerra de Israel contra os palestinos é idêntica dos antigos hebreus contra os cananitas, jebuseus e filisteus: uma guerra santa contra os infiéis, onde todos devem morrer, crianças, mulheres e idosos.
Um dos chefes da ofensiva contra Gaza é Ofer Winter, da unidade Givati, em ordem do dia para os soldados, escreveu: “A história nos escolheu para ocupar a posição de vanguarda na luta contra os inimigos em Gaza, que profanam, amaldiçoam e abusam do Deus de Israel. Deus, senhor de Israel, nos guia nesta luta, porque estamos lutando por seu povo, contra os inimigos que difamam seu nome. Os soldados da Givati e da unidade de Winter foram os responsáveis pelas piores atrocidades cometidas contra a população de Gaza, principalmente das aldeias Khuza e Rafah. Eles riscaram a aldeia de Khuza do mapa, ela não mais existe!
Conforme o relato do jornalista judeu Jesse Rosenfeld, centenas de corpos de civis palestinos estão sob os escombros das casas arrasadas. Lá há total silêncio, o silêncio da morte, afirma o jornalista.
Ofer Winter declarou aos jornalistas: “prometi e cumpri minha promessa – nem os moradores de Khuza conseguirão reconhecer sua aldeia, tamanha a destruição”.
Em Rafah, os soldados de Winter, mataram em poucas horas, mais de cento e cincoenta civis palestinos.
O novo deus de Israel é idêntico ao falso deus, que não passa de um chefe militar, racista e capaz de cometer atrocidades contra crianças, mulheres e idosos indefesos e inocentes, mas incapaz de conseguir uma real vitória. È um deus marcial, destruidor e não Deus criador e amor.
Matar tudo que respira era a ordem do deus-vingança-destruição dos antigos hebreus. Hoje, a ordem é a mesma: não há inocentes em Gaza, matem todos!
“Mad Dog” – Cachorro Louco
O então general israelense e ministro da defesa, finado Moshe Dayan, descreveu certa vez, a estratégia do seu Estado: “Israel deve se comportar como um cachorro louco, perigoso demais para alguém se aproximar dele”.
O atual ministro da defesa israelense, Moshe Yaalon, reconheceu que seu exército comportou-se de forma maluca “mad way” em relação à população palestina durante a recente ofensiva em Gaza. Afirmou que “nosso comportamento será o mesmo no futuro”.
Israel, desde sua concepção, comporta-se sempre da mesma maneira: o cachorro louco.
Os assassinos
O Ministro da indústria israelense, Naftali Bennet, afirmou em entrevista a radio de Israel, em 01/09/2014, que “quando matamos palestinos, estamos garantindo a vida dos israelenses”.
O ministro, famoso por suas declarações genocidas, afirmou que já matou muitos árabes. Relata tal fato como medalha de mérito.
Em qualquer país do mundo, a prisão é o único lugar para assassinos e racistas. Em Israel, o lugar deles é no parlamento, governo, exército e na lista dos reverenciados.