Muitas são as leituras que se estão fazendo acerca das reações muçulmanas contra as charges da figura de Maomé. Das que li, ao meu ver, nenhuma delas apontou o cerne da questão; quem mais se acercou foi Mauro Santayana aqui no JB. Precisamos ir mais a fundo na análise, pois ela esconde o estopim de uma provável guerra de civilizações.
As reações em todo mundo sobre as caricaturas do profeta Muhammad tomaram, na semana passada, uma dimensão que poucos poderiam supor. Apesar de todas as tentativas de entender ou resolver o conflito gerado, não há ainda muita clareza sobre em que resultará tudo isso. No entanto, uma coisa é certa: não se trata de um conflito entre o ocidente e o mundo islâmico.
Em julho do ano passado, uma revista brasileira, “Aventuras na História”, publicou capa com uma ilustração de Muhammad. A matéria, de minha autoria, contava a história do Profeta que revolucionou a história de um povo (o árabe) ao dar-lhes um código de leis em forma de mensagem religiosa.
Edward Said tem um significado especial para a vida das pessoas que participaram e contribuíram para a publicação do livro 'Edward Said: trabalho intelectual e crítica social'. E pode-se perceber isso ao ler a coletânea de artigos a ser lançada no próximo dia 13 de dezembro, que, além de mostrar a pessoa e a obra do intelectual palestino, apresenta muitos significados para o seu legado.
No dia 28 de agosto, a Folha de S. Paulo publicou entrevista com a jornalista espanhola Pilar Rahola, segundo o jornal, uma “especialista em terrorismo”. Especialista no assunto, falhou ao olhar para uma cultura muito mais complexa. Suas respostas foram um desfile de conceitos lamentáveis e racistas que consolidaram mais uma vez um preconceito arraigado à cultura árabe.
Quando os filósofos de Alexandria, no Egito, promoveram o sincretismo de Ísis e Palas Athena, a deusa grega da Sabedoria, seu templo, em Saís, passou a ostentar uma máxima que veio a se tornar clássica: 'Eu sou tudo o que é e o que sempre será.
O Egito (78 milhões de habitantes) estará vivendo, no dia 7 de setembro, uma eleição figurativa. O presidente Mubarak, que está no poder há 24 anos, disputará o cargo com nove candidatos fracos e sem nenhuma chance de vitória. A lista foi divulgada no dia 11 de agosto, após a exigência de polêmicos e rigorosos requisitos para a apresentação de candidaturas.
Como descendente de sírios, decidi viajar ao país para aprender a dança folclórica nacional. Pensei que na Síria, país que se resguardou mais em comparação com seus vizinhos árabes, poderia encontrar a memória mais presente. Mas o que percebi foi uma grande influência da cultura ocidental, principalmente na capital Damasco.
Uma recente viagem ao Irã me fez pensar em algo que já sabia, mas que constatei in loco: olhar de perto para um povo nos faz pensar em nós mesmos e na nossa própria identidade ou humanidade. O Irã é um país do Oriente Médio, mas que não faz parte da Nação Árabe. As línguas faladas ali são o persa ou o farsi, entre outras, e a origem deste povo não é comum ao povo árabe.